terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

A indiferença e o desprezo...



Foi assim que nomeamos a peça de teatro este ano.
A regra de base era que o nosso grupo tinha-se se dividir em pequenos grupos e dai 'analisar' um probléma da sociadade.

Simples me diram vocês, só que a gente semos um grupo e não nos queriamos separar então decidimos de fazer um peça que réunisse a gente todos.

E foi assim que decidimos de fazer um peça dentro de um metro (a base comuna a todos) e dai e a cada saida havia pessoas que saiam e depois jogavam um rôlo em cada cena que metia em evidencia um problema social.
Eu bati-me para que os temas da Migração e das Pessoas Deficientes fossem réalisados, coisa que consegui :)

A nossa historia era simples, estavamos todos dentro do métro e entra uma pessoa sem abrigo. Todos olhavamos para ela com desprezo, ninguém ligava-lhe e nem queriam prestar atenção.
A pessoa sem abrigo, estava bebeda e vendo que ninguém queria saber dela, ela vai e senta-se no chão.
Dois imigrantes sairam do metro, foram para um café a falar e derrepente chega dois policias e pedem-lhes os papeis, coisa que os imigrantes não tinham... depois de discusão os imigrantes são presos.
Um rapaz delinquente desce do metro, vai a um centro onde é visto por uma Assistente Social, ai ele explica que está cheio de problemas em casa e na escola, mas para ele dizer isto foi preciso andar a volta do prato...
Um casal desce do metro, chegam a casa e vemos que o marido é mal tratado. Ele farta-se e suicida-se com medicamentos.
Desce uma pessoa que só tinha uma perna e outra cega, duas pessoas deficientes que precisam de ajuda e ninguém as quer ajudar, mas felizmente encontram uma Educadora que as ajuda e leva-as para o centro.
Desce uma avó e a sua neta, que vão a casa do pai da miúda. A avo quando chega vai a cozinha e vê os medicamentos em cima da mesa, ela chega a sala e vê a sua neta a ver se acorda o pai. A avo vai meter a sua neta na cama e quando ira tentar ver se acorda o seu filho vê que ele ta morto, a miuda acorda chega e vê a cena.
O metro chega ao terminus, o conductor manda a mulher sem abrigo para a rua e quando ela chega a rua, deixa cair o saco que ela trazia, saco que estava cheio de livros e que tinha uma fotografia de familia... A nossa cena acaba aqui.
Tivemos um narrator ao inicio e ao fim.

O do fim concluiu assim:

"Pediram a gente para fazermos varias peças que falavam dos problemas sociais, queriam nos separar só que a gente não o quisemoss. Então fazemos a nossa cena de maneira em que todos tivessemos unidos e ao mesmo tempo em pequenos grupos como nos tinham pedido. Revistamos cada ponto que para a gente era importante resolver.
Qual era a mensagem que queriamos fazer passar?
As pessoas que deram o desprezo a pessoa sem abrigo, para além de 'fingirem' que está tudo bem com elas, isto no métro. Todas têm problemas na vida e no lugar de fingirem que não vêm nada porque é que elas reagiam assim com uma pessoa que está sem abrigo? Esquecem-se elas que um dia quem sabe, não estarão na mesma situação..."

Deixamos o publico a pensar... mas o que interesa é que adoramos fazer a peça. Do grupo que eramos ficamos uma equipa, vamos actuar quinta feira outra vez e depois veremos se fazemos algo este ano. :)

7 comentários:

maria disse...

Bem, apesar de achar esta peça de teatro demasiado trágica, não posso deixar de reparar que é a vida real...são cenas que já vimos, já ouvimos falar ou que vêem todos os dias nos jornais...infelizmente.

Tal como dizes, o que interessa é que vocês adoraram fazer a peça e que o público gostou...asim entendam a mensagem que vocês passaram...

Boa sorte e como dizem os actores, na quinta feira "parte uma perna" ou "muita mer..."

Beijinhooos :)

nuno medon disse...

olá! É uma peça muito interessante e dá muito que pensar, sendo que tu retratas o problema da discriminação. Com esta história, fizeste-me lembrar de um episódio que se passou com a minha prima. Num autocarro em Lisboa, ninguém se queria sentar ao pé de um senhor, e a minha prima achou aquilo muito estranho e sentou-se ao pé do senhor. É claro que depois ficou arrependida, por ter contrariado as outras pessoas, pois o senhor só cheirava a alcóol, estava bébedo que nem um cacho. Por isso as pessoas fugiam de se sentar ao pé dele. No entanto, devemos ajudar quem precisa. Beijos

historias reais pro mundo virtual disse...

este novo caso narrado por lá, não é mesmo uma peça de teatro.

Queimada pelo namorado com o ácido sulfúrico.

Que deveria acontecer a alguém que faz algo assim???!?

Vania disse...

Maria,

Exactamente, é que a gente ouve, vemos, sentimos todos os dias que ficam assuntos banais e sem interesse, alguns tabbus (homem maltratado...) e é aí que quisemos chamar a atenção... Não é porque são assuntos banais que a gente não podemos fazer alguma coisa para os ajudar.

Quisemos trazer a realidade para o efectivo exactamenta para dizer 'Olhem aqui há algo que podemos fazer e que ninguém o faz'. Daí haver cenas que exageramos ;)

A parte disso para mim foi o mai importante foi a união que podemos fazer, cada um fez esforços do seu lado e conseguimos realisar algo :)

Muitos beijinhosssssssssss

P.S.: Obrigada pelo o mail ;)

Vania disse...

Exacto Nuno.

As pessoas julgam pelo aquilo que vêem e não por aquilo que há por de trás.
Nesse caso, alguém se preocupou de saber porque é que o homem tinha embebedado-se? Se era probléma de solitude ou de se ter zangado? Se era um problema mais grave?

Fazes-me pensar numa historia de um homem que entrou no metro com os seus dois filhos, os miudos gritavam por tudo o que era sitio e o homem não reagia, todas as pessoas estavam encomodadas pelos gritos dos miudos. Farto do barulho houve um homem que chegou ao pé do homem e perguntou porque ele não mandava calar os miudos. Esse pai olhou para o homem e disse: "Manda-los calar? Como eu posso faze-lo? Viemos do hospital e eles acabaram de saber que a mãe deles morreu e eu nem sei o que fazer..."
Nesse metro ficou tudo a olhar sem saber o que dizer, os gritos dos miudos já não faziam o mesmo éco nem enervava as pessoas.

Por isso digo, antes de julgar o que há a nossa frente temos de ir esgravatar e ver o que se passa realmente ;)

Muitos beijinhos a ti :)

Vania disse...

CMRV :)

Esse assunto infelizmente ainda existe e muitos casos aparecem.
A gente uma vez por mês organisamos um Ciné-club onde debatemos problemas na sociédade, pessoas são convidadas para nos explicarem o que elas viveram.

Esse caso sera debatido no mês de Março, mulheres queimadas a ácido e lapidadas até a morte. A mulher que ira nos explicar o que lhe aconteceu esta sobe escolta policial, porque ela bateu-se e ainda se bate hoje para ajudar quem viveu a mesma sofrencia que ela.

Quanto a tua pergunta eu como ser humana que sou repondo-te que deveriamos fazer a mesma coisa :x
Mas sendo que os paises ocidentais têm leis e contra elas não podemos fazer o que nos quer e apetece, dos grandes e melhores dos casos essa pessoa apanhara prisão a prepetualidade coisa que para mim não chega contra aquilo que ele fez...

Anónimo disse...

Compreendo que quisessem realçar situações difíceis, dramáticas, de pessoas que não deixam de ser pessoas quando se encontram nessas dificuldades. Mas a solidariedade social tem morrido lentamente o que faz com que as pessoas não se queiram envolver. Eu acho que não é só por egoísmo que não prestam ajuda.

Beijinhossssss